O Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira (3) que todos os clientes do maior banco brasileiro em ativos poderão negociar bitcoin e ethereum dentro do aplicativo do Itaú, buscando ampliar as funcionalidades do app e a base de clientes do serviço.
Em um primeiro momento, o Itaú afirmou que priorizará a oferta de ativos digitais consolidados e negociados nas maiores bolsas do mundo, com taxa de 2,5% no momento da compra. O investimento mínimo é de R$ 10. A custódia dos ativos fica no próprio Itaú. O banco afirmou que não há cobranças mensais ou taxas na venda.
A ampliação do serviço para toda a base de clientes do banco ocorre em um momento em que o bitcoin mais do que dobrou de valor este ano, para perto dos US$ 100 mil, e em que acumulou valorização de cerca de 45% desde a vitória de eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos em 5 de novembro.
Nesta terça-feira, às 11h36, o bitcoin era negociado em queda de 1,6%, a cerca de US$ 93.800, segundo dados da LSEG.
“Estamos focando muito em educação… O volume mínimo (de compra) é de R$ 10, o máximo depende do perfil do cliente”, disse João Araújo, diretor de Negócios, Plataformas e Experiências Digitais do banco, em entrevista a jornalistas.
“Testamos a negociação de criptoativos em menor escala, tivemos uma adesão significativa de nossos clientes e agora estamos maduros para oferecer essa modalidade para todos os clientes”, disse Araújo.
O Itaú Unibanco começou a oferecer negociação de bitcoin e ethereum há um ano, mas por meio de sua plataforma para investidores mais experientes, Íon. Agora, a negociação pode ser feita no aplicativo do próprio banco por qualquer cliente.
O executivo não revelou quantos clientes Íon negociam criptoativos na plataforma atualmente e nem como é feita a formação de preços das duas moedas para os usuários do app do banco.
Araújo afirmou que o recurso que permitirá a transferência de carteiras de bitcoin e ethereum que hoje estão em outras empresas e exchanges para a custódia do Itaú deve ser lançado em 2025, a depender da evolução da regulação sobre o setor, que hoje está em consulta pública.
“Tem demanda muito grande de clientes querendo trazer da autocustódia para a custódia do Itaú”, disse Araújo em entrevista a jornalistas. “Em 2025, sim, na parte de depósitos queremos avançar mais rápido. Ao longo do primeiro semestre deveremos ter boas notícias nessa evolução”.
“Mas o saque (para outras plataformas de criptomoedas) estamos estudando o impacto”, afirmou o executivo, citando dependência da regulamentação.
Araújo explicou que atualmente o cliente pode vender as moedas digitais pelo aplicativo com a conversão para reais sendo depositada diretamente na conta dele no banco.
“É uma experiência muito próxima de se fazer um PIX… Estamos bem em cima dessa questão da experiência”, disse o executivo. Ele citou que o foco da área é atrair novos investidores interessados em criptomoedas, mas que até agora não se sentiram seguros em entrar no mercado diante de complexidades como negociação dos ativos em exchanges e uso de carteiras digitais.
De acordo com o Itaú, desde o início de negociação de criptoativos na sua plataforma de investimentos Íon, o volume de compra mensal de criptoativos cresceu aproximadamente 300%. No último mês apenas, houve alta de mais de 30% de novos clientes.
Araújo afirmou que a oferta de novas moedas, como Solana, no aplicativo do banco depende de “clareza regulatória maior”.
“Ether e bitcoin têm clareza regulatória maior. Quando tivermos isso vamos escutar os clientes sobre quais tokens eles quererem ver listados e vamos oferecer mais alternativas.”
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