Segundo comunicado ao mercado enviado na manhã desta segunda-feira, 21, a Raízen se tornou a primeira empresa de etanol no mundo a receber a certificação ISCC Corsia Plus (Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional, em tradução livre).
Com isso, o etanol de primeira geração da sucroenergética está habilitado para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).
Ainda conforme a companhia, o reconhecimento foi emitido pela Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês) e serve para comprovar que o etanol produzido na unidade Costa Pinto, em Piracicaba (SP), cumpre os requisitos internacionais para a fabricação de SAF.
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“A busca por alternativas mais limpas e sustentáveis é um desafio global e temos a meta de contribuir com este objetivo por meio do etanol da cana-de-açúcar”, afirma o vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da Raízen, Francis Queen, em comunicado enviado posteriormente à imprensa.
Ele completa: “Com o ganho de produtividade e o investimento em inovação nos nossos processos, conseguimos produzir etanol de forma mais eficiente e, portanto, com uma pegada de carbono cada vez menor, atendendo padrões internacionais de sustentabilidade. A certificação do nosso etanol é a comprovação de que estamos no caminho certo na contribuição para descarbonização de todos os setores da economia”.
Conforme dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) citados pela Raízen, o SAF é capaz de reduzir em até 80% o volume total de emissões de gases de efeito estufa em comparação ao combustível fóssil de aviação.
A sucroenergética ainda relata que a Icao estabeleceu metas ambiciosas para diminuir as emissões no setor, sendo o uso de SAF uma das principais estratégias para alcançá-las. “Diante do desafio, a aviação global se comprometeu em reduzir as emissões gradualmente para, até 2050, atingirem emissões líquidas zero”, explica a Raízen.
Também segundo a empresa, para atender à demanda por SAF, companhias de vários países estão construindo plantas para produção do biocombustível de aviação a partir da rota Alcohol to Jet (ATJ), um processo que converte etanol em SAF.
A estimativa é que a demanda global por SAF atinja aproximadamente 20 bilhões de litros em 2030. De acordo com a Raízen, se 25% desta demanda for atendida pela tecnologia ATJ, haverá aproximadamente 9 bilhões de litros de demanda adicional de etanol, o que representa menos de 10% de produção global atual.
“Com a única planta de etanol certificada no mundo, temos a oportunidade de impulsionar o desenvolvimento do mercado global de SAF, atraindo interesse de países onde a sustentabilidade é fator determinante nas rodadas de negócio”, comemora o vice-presidente de trading da Raízen, Paulo Neves.